As mulheres fortes são aquelas que cuidam de tudo e de
todos. O tempo todo.
Na vida afetiva, no lar e no trabalho
elas são o suporte. Tudo o que é urgente, complicado e trabalhoso cai nas mãos
delas.
Em casa, recebem todos. Os aniversários, os novos anos que
chegam, as celebrações do Natal... É para a casa dela que vão todos.
As comidas são sempre fartas e deliciosas. A delicadeza de
se lembrar do caldo revigorante, do licor e do cafezinho para o fim da noite
não é sequer notada. Tudo tão perfeito que não parece ter dado trabalho algum.
Mas deu e muito. Ela está exausta. Mas feliz. É cuidadora.
O tempo passa. A mulher forte envelhece. E, no período em que está
mais vulnerável, se descobre só. E tem dores. No corpo e na alma. Onde todos os
que lá festejavam? Quantos saberiam responder onde e como ela passou o seu
último Natal?
Coitadas das mulheres fortes!
No momento em que mais precisam, descobrem que as pessoas do seu
entorno só sabem ser cuidadas. Só enxergam o próprio umbigo.
Que as mulheres fortes possam se reconhecer, em tempo, merecedoras
do mesmo cuidado que dedicaram aos outros a vida inteira. Mas que não apenas
isso. Que falem, que expressem suas faltas e que reivindiquem presença,
acolhida e atenção. Que gritem, se for preciso.
Suas dores precisam ser aplacadas.
Aproveitando este mês das mulheres, que deveriam ser todos os
meses de todos os anos, não vamos apenas enviar flores, bombons e
ou felicitações. Vamos dar colo para as mulheres fortes. O que seria de nós sem
elas?