Sim.
É muito bom! E nem precisamos de eventos extraordinários para que isso
aconteça. O cotidiano, quase sempre, nos presenteia com momentos de imensa
felicidade que são bons quando nós os vivenciamos e quando vemos acontecendo
com os outros: brincar na chuva, pulando em poças de lama; viver o
primeiro amor – e o segundo, o terceiro... todos os amores; sentir o sorvete no
sabor preferido derretendo na boca num dia quente de verão... A lista seria
infinita.
E é
ainda melhor quando quem vê gente feliz também está feliz.
No
sábado passado foi assim.
Fomos
ao Grego’s Original Pub assistir às apresentações das bandas Sexy Tape, Par de
Sais – com meu sobrinho Rafael Izidoro mandando super bem na guitarra – e Versalle.
Jovens
felizes, vibrando com a casa cheia. Já tocaram lá mesmo para trinta pessoas,
disseram. Nos seus discursos, entre uma música e outra, o pedido para que a plateia
busque conhecer e curtir a música – especialmente o rock – que está sendo
produzida na região, a sua e a das demais bandas (e citaram nomes de várias); que
as divulgue e as siga nas redes sociais, enfim, que as prestigie. Em resumo, a
defesa de que há muita música boa sendo feita aqui. Na linguagem deles: Esse é
o rock de Porto Velho! Tem muita música foda!
É
verdade que muitas dessas produções não são acessadas. Eu mesma nunca tinha entrado
naquela casa. Acho que, pelo menos as pessoas da minha geração, não conhecem o
rock de Porto Velho.
Quando
a banda Versalle subiu no palco, tão aplaudida quanto, é que aconteceu, numa noite
feliz, a cena mais feliz. Num dado momento, o vocalista Criston Lucas calou a
voz e, apenas com o gestual, pediu que a plateia continuasse a cantar. E ela, em
coro, o atendeu:
“E
ela me diz que o amor vencerá as águas do mar que teimam em bater em mim....”
Foi
aí, então, que ele recuou, rindo, como se se desse conta da situação, e virou o
rosto para um lado, olhos nos olhos do parceiro Rômulo, e de novo para o outro
lado, olhos nos olhos do parceiro Miguel, e os olhos dos três se conversaram,
cúmplices, como se confirmassem o que já previam. E como se dissessem uns aos
outros: Está acontecendo! Viu, cara!? É isso!!
Em
situações felizes, eu costumo pedir: Me belisca!
Lindo
de ver. Gente muito feliz! Crianças lambuzadas com seu sorvete predileto! Felicidade em estado bruto, sem aditivos. Plena, pura, perfeita!
Eu, entre as pessoas mais velhas do recinto,
vi a cena, encantada, e, com um sentimento maternal, me permiti uma oração
silenciosa, de bênçãos a todos aqueles
meninos.
Que
eles não se percam de si. Que façam valer, nas suas vidas, o que está posto nas
letras das suas canções.
Todos
sabemos o quanto o sucesso pode ser bom. Mas sabemos também que o sucesso, na
sua face mais cruel, pode triturar pessoas vivas.
Então,
desejei naquele momento – e continuo desejando – que seus caminhos sejam verdes...
Que
os caminhos de todos eles sejam ...
de uma “verde mansidão”.
E
continuo desejando que mais pessoas sejam felizes.
Ver
gente feliz faz bem para a pele, alegra a vida, aquieta o coração e deixa a
alma leve.
Ver
gente feliz deixa a gente mais feliz!