Estava
a pensar: como podemos salvar as pessoas? Talvez tenhamos que nos salvar, antes
de tudo.
Se o
Amor nos trouxe aqui, por certo há de nos levar pelos caminhos e diminuir as
incertezas. O Amor, por certo, salvará o menino do quarto azul.
Vou-lhes contar:
Havia
um menino que, certo dia, se perdeu num quarto azul e perdeu a chave da porta;
daí em diante, vivia somente em seus sonhos, nos quais não cabia ninguém.
Não
percebemos em que momento aconteceu de serem somente o menino e o quarto.
O
quarto, o menino e a porta.
Somente
o amor, quem sabe, girará a porta
e tirará o menino de si para o mundo.
Lembro-me de que, quando ainda vivia fora
desse quarto azul, ainda pequeno, ele me seguia. Talvez eu fosse para ele um
gigante no tamanho, no amparo e também na beleza, pois ele me seguia pela casa,
sempre sorrindo, com seus olhinhos azuis.
Aos poucos, aprendia a caminhar e ainda
continuava a me seguir; ia comigo onde quer que eu fosse e sorria e ficava
feliz com as pequenas coisas.
Onde andará esse menino?
Porque se perdeu num quarto azul?
Onde estará a chave?
Quem terá a chave?
Como poderei encontrá-la?
Como poderemos devolver o caminho e o sorriso
a esse menino do quarto azul?
Poderá esse quarto virar um arco-íris, onde
andarão as outras cores. Será que elas têm a chave ou a chave tem as cores?
Quem dera Deus que o quarto se abrisse e esse menino seguisse o seu caminho, retornasse ao arco-íris que aguarda a abertura da porta do quarto do menino azul.
Quem dera Deus que o quarto se abrisse e esse menino seguisse o seu caminho, retornasse ao arco-íris que aguarda a abertura da porta do quarto do menino azul.
Elenita Santos
31/01/2014
31/01/2014