segunda-feira, 14 de abril de 2014

O menino do quarto azul

Estava a pensar: como podemos salvar as pessoas? Talvez tenhamos que nos salvar, antes de tudo.
Se o Amor nos trouxe aqui, por certo há de nos levar pelos caminhos e diminuir as incertezas. O Amor, por certo, salvará o menino do quarto azul.
Vou-lhes contar:
Havia um menino que, certo dia, se perdeu num quarto azul e perdeu a chave da porta; daí em diante, vivia somente em seus sonhos, nos quais não cabia ninguém.
Não percebemos em que momento aconteceu de serem somente o menino e o quarto.
O quarto, o menino e a porta.
Somente o amor, quem sabe, girará a porta e tirará o menino de si para o mundo.
Lembro-me de que, quando ainda vivia fora desse quarto azul, ainda pequeno, ele me seguia. Talvez eu fosse para ele um gigante no tamanho, no amparo e também na beleza, pois ele me seguia pela casa, sempre sorrindo, com seus olhinhos azuis.
Aos poucos, aprendia a caminhar e ainda continuava a me seguir; ia comigo onde quer que eu fosse e sorria e ficava feliz com as pequenas coisas.
Onde andará esse menino?
Porque se perdeu num quarto azul?
Onde estará a chave?
Quem terá a chave?
Como poderei encontrá-la?
Como poderemos devolver o caminho e o sorriso a esse menino do quarto azul?
Poderá esse quarto virar um arco-íris, onde andarão as outras cores. Será que elas têm a chave ou a chave tem as cores?

Quem dera Deus que o quarto se abrisse e esse menino seguisse o seu caminho, retornasse ao arco-íris que aguarda a abertura da porta do quarto do menino azul.

Elenita Santos
31/01/2014

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