Há alguns dias, em São Paulo, na livraria Cultura, vimos a Monja Coen falar sobre o seu livro "O que aprendi com o silêncio" e, depois, fomos à fila dos autógrafos. A intenção era que ela autografasse um livro pra nós, em nome do Lucas, e um outro com o qual presentearíamos o primo e sobrinho João Ricardo, que está estudando em Cape Town e que encontraríamos em breve.
Na fila, uma das auxiliares já avisou que ela estava cansada e que não estava escrevendo os nomes das pessoas, estava apenas assinando. Lembrei- me de uma outra fila de autógrafos, em Porto Velho, do escritor Ziraldo. Também fomos avisadas, minha amiga Janes e eu, mas pedimos do mesmo jeito.
Pidonas!
E ganhamos dois autógrafos lindos. Eu, para minha neta Letícia. Ele escreveu: Para a Letícia, cheia de alegria. É o significado do nome dela! E para o filho da minha amiga, escreveu: Viva o Benjamim! Poderíamos ser chamadas de caçadoras de autógrafos.
Voltando à fila da monja, quando chegou nossa vez, pedi: É para meu sobrinho! Ele está morando na África do Sul. E ela, muito gentilmente, escreveu: João Ricardo, somos todos africanos!
Viajamos. Embarquei com essa frase na memória.
E tudo o que vivemos nesses dias só confirmou a assertiva. Tantas cores. Tanta festa em nossos corações. Nossos ancestrais, que nos habitam a todos nós, possibilitando-nos a sensação de um reencontro, como se já tivéssemos estado na África. Senti uma nostalgia imensa, como uma saudade de tudo o que não vivi nesta vida, mas que vive em mim, a partir daqueles que me precederam.
A luz de Cape Town, o Kruger, as belezas naturais - como a Table Mountain; as tragédias da segregação racial, materializadas na Robben Island e no Apartheid Museum; a delicadeza desse povo - lindo!; as línguas africanas com as quais tivemos contato: Xhosa (Cosa), Zulu, Tshwana, Sotho, Shangani, dentre as doze línguas oficiais; os maravilhosos cabelos - que se transmutam, na mesma mulher, a cada dia; a música divina que ouvimos... tudo ficará nos nossos corações e nas nossas almas.
Somos todos africanos!
Já sabíamos disso desde sempre.
Só precisávamos atualizar esse saber. Viva todos os povos! Vivam todos! Porque, afinal, somos todos um povo só!
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