Uma
amiga minha falava-me que descobrira algumas irregularidades na sua saúde:
colesterol alterado, dentre outras. Iniciara uma dieta rigorosa. E dizia das
preocupações com os filhos distantes, com a vida e com os dilemas do
cotidiano que contribuem ainda mais para fragilizar nossos corpos.
Contou-me,
então, um episódio vivido há pouco. Havia chegado em casa, cansada depois de um
dia inteiro de luta, e decidira jantar apenas um copo de leite com torradas.
O
marido, vendo a situação, foi preparar-lhe uma refeição, ainda que dentro da
dieta, um pouco mais agradável. Foi lhe perguntando a quantidade de arroz
integral e de outros alimentos que ela poderia ingerir, preparou-lhe o prato e
entregou-o nas mãos dela.
Ela
me disse que sorriu e que retrucou:
__
Pronto! Agora você vai me dar comida na boca também!
E que
ele, belamente, respondeu, cantando:
__
“Quando a gente ama, é claro que a gente cuida...”
Fiquei
encantada com esse relato.
Pensei:
os jornais precisariam noticiar episódios assim, aparentemente banais, que
escapam aos nossos olhos e ouvidos contemporâneos, que perderam a habilidade de
ver e de ouvir o que é essencial, mas que são singelos, delicados, amorosos e especiais.
Se
nos deparássemos com essas pequenas grandes delicadezas no telejornal da manhã
ou quando abríssemos o jornal impresso ou a revista que nos chega pelo correio,
a vida teria mais cor, mais sons e mais graça, e seria permeada pela crença de
que o amor se refaz, de que é possível amar mais e melhor, apesar de todas as
dores e de todas as perdas que ela própria nos impõe, ao longo da jornada de
cada um de nós.
Enfim, essas pequenas grandes notícias seriam bálsamos a fortalecer nossa crença em que a vida vale a pena.
Disse tudo, Neusa.
ResponderExcluirOntem, fui surpreendida positivamente pela atitude de um atendente da padaria que frequento. Estava cansada e com muita fome, logo cedo, após jejum para uma bateria de exames. Eis que fui recebida na padaria com um caloroso "bom dia" e "como vc está?", pelo chapeiro do lugar. Mas, ele falou com um sorriso tão bonito, uma alegria tão sincera, que me contagiou. Respondi. E vi que mesmo com a padaria lotada, muita gente impaciente, correria, ele repetia a.mesma pergunta a todos e continuava sorrindo grandemente. Não pude sair de lá sem perguntar o nome dele e agradecê-lo por ter mudado o meu dia com um gesto tão simples. O mundo precisa q sejamos mais Marcios. ;)
Muito bom ver que ainda temos "olhos de ver". Deve haver, todos os dias, inúmeros gestos como esse. Poderíamos registrá-los e passá-los adiante, sempre. Edna, Obrigada por ler, por comentar. É uma honra!
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