É
muito bom quando nos contam histórias que nos fazem rir. Rir transforma o dia,
clareia os pensamentos, ilumina a vida. Já disseram que brincar é condição
fundamental para ser sério. Acho humor fundamental.
Nem
sempre o tenho bom. Aliás, na família, tenho fama de ser mal humorada, talvez
pelo exercício do papel de mãe, que exige negar, às vezes. Também porque ocupo
a nada agradável posição de pagadora de contas e controladora do orçamento
familiar; por isso, sou a que diz: Não! Não dá! Não pode! Não vai! Como manter
o bom humor nessas horas?
Na
sala de aula, no exercício da minha profissão, sempre tentei agregar um pouco
de bom humor, acreditando que aprender pode, sim, ser agradável, divertido,
quando é possível, é claro, porque há conteúdos áridos, mais difíceis de
assimilar e para os quais é mais trabalhoso estabelecer um link com o bom
humor.
Se
rir é bom, o que falar daquelas histórias que nos fazem rir muito, rir demais,
rir até chorar. Sou dessas que choram ao rir; rio tanto que saem lágrimas dos meus
olhos.
Ri
muito de uma história que o amigo de um amigo meu lhe contou e que ele recontou
várias vezes. Na verdade, se fosse para levar a sério, eu não deveria ter rido,
deveria ter só chorado.
O
fato é que nos damos o direito de sair da linha, de dispensar o pensamento politicamente
correto e rir, simplesmente, sem estar analisando tudo, o tempo todo.
A
pessoa que lhe contou esta história trabalha num dos tantos presídios que há
Brasil afora.
Disse-lhe
que uma mulher tinha ido visitar o marido preso e que este a instruíra a, na
saída, pegar um jacaré que ele fizera e levar para casa.
Ele
havia formatado um grande jacaré em papelão, pintara-o com toda a sua
criatividade e o bicho tinha ficado muito colorido.
O
agente que estava na ocasião, à saída, contou que a mulher, ao ver o jacaré,
teve um surto e esbravejou:
__
Como pode um homem fazer uma coisa ridícula dessas? O senhor acha que um homem
desse tem futuro? Um homem desse tem é que estar preso mesmo!!
E arremessou
o jacaré para o mais longe que pode.
Ela,
com certeza, não acredita no potencial da Arte na recuperação do ser humano.
Seria
trágico, se não fosse cômico. Seria cômico, se não fosse trágico.
Vocês
escolham.
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