Na casa da minha filha, há uma extensão que fica próxima ao sofá, na sala, com três entradas. Quem está no sofá não precisa se deslocar atrás de uma tomada para carregar o celular. Aliás, o carregador já fica conectado. Muito prático. Comentei com ela essa praticidade. Na minha casa, na sala, as duas tomadas disponíveis estão num local nada adequado; temos que nos deslocar até outro cômodo para deixar o celular carregando sobre uma estante.
Ela me disse : Mãe, há uma máxima que diz "Se quiser uma solução rápida e fácil para um problema, peça a um preguiçoso. É verdade! Essa extensão é coisa de preguiçoso. Mas gostei e lhe disse que faria o mesmo aqui em casa.
Convenci meu marido de tal necessidade e, logo que possível, fomos comprar a tal extensão.
Na entrada da loja, uma porta de vidro, com um adesivo com dizeres mais ou menos assim: Destinados à atender.
Comentei:
__ Olha como a língua portuguesa engana os falantes. É muito comum essa ocorrência - crase diante de verbo. Na perspectiva normativa, não haveria.
__ Olha como a língua portuguesa engana os falantes. É muito comum essa ocorrência - crase diante de verbo. Na perspectiva normativa, não haveria.
No comércio, vemos sempre frases como "Camisetas à partir de vinte reais, por exemplo. Seguimos porta a dentro e ele já avistou, num balcão próximo, uma ex aluna chamada Letícia.
Sempre encontramos ex alunos, depois de mais de trinta anos na sala de aula.
E ele já foi brincando com ela:
__ Ah! Eu vim comprar uma extensão, mas, com essa crase, vou querer um desconto. E foi logo contando a ela o meu comentário. Língua de trapo! Depois dizem que mulher é que é faladeira!
Fomos para o setor das extensões e a Letícia já me perguntando:
__ A senhora é professora?
E eu:
__ É... sou. Quer dizer, fui. Acho que sou né? Estou aposentada, mas a gente não deixa de ser, né?
Compra efetuada. Eu e o Tito na fila do caixa e Letícia se encaminhando para o setor de embalagem.
Ainda na fila, Letícia chega com a extensão numa sacola plástica. Delicadeza dela. O que é usual é o cliente efetuar o pagamento e apresentar o comprovante no balcão para retirar a mercadoria.
Ela já vem entregando o produto, agradecendo a compra e informando:
__ Já avisei o meu chefe sobre o erro, viu!?
Senhor! Não era necessário!
Vi um setor de cafezinho próximo aos caixas e fui lá tomar um. Quando me virei, vi um moço vindo na minha direção.
__ É a senhora que está falando mal da loja?
E eu:
__ Não! Desculpe. Comentei em off. Meu marido é que contou para sua vendedora! Não era a minha intenção.
Ai, meu Deus! Olha eu me metendo em confusão de novo! Ô carma!
E ele, sorrindo:
__ Olha, a gente gosta de gente que apresenta a crítica e não que sai falando mal fora daqui. Muito obrigado! Por isso, a senhora vai ganhar um brinde.
E me entregou um pacote.
Dentro, um bule térmico de cor berinjela. Lindo.
Saímos da loja dando boas risadas. Ufa!
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