A escritora Marina Colasanti escreveu um belo texto chamado "Eu sei, mas não devia", sobre as situações quase sempre infelizes ou, pelo menos, incômodas nas quais nos vemos e as quais findamos por aceitá-las, por pura acomodação. Sei que já me acostumei, como todos nós, com várias delas, mas... com as despedidas é mais difícil. São tantas! Foram tantas! E serão outras mais, mas, com elas, não me acostumo.
Então, o tema é recorrente na minha escrita. Assim, entrego a vocês mais um texto sobre o nosso ir e vir pelo mundo, sobre reencontros e despedidas. Provavelmente, repetindo os já ditos nos textos anteriores:"Se as estradas, ruas e avenidas que levam a portos, a rodoviárias e a aeroportos falassem, teríamos compêndios os mais extensos sobre dor, sobre saudade, sobre separações e lágrimas.
Mas elas também falariam de reencontros, de beijos e de abraços os mais calorosos.
Contariam de amantes eternos separados pelas circunstâncias da vida.
De pais e de filhos saudosos, machucados pelas ausências.
Brindariam as amizades que se juntam após breves ou longas jornadas pelo mundo.
Sejam alegrias ou tristezas. Sejam despedidas, reencontros ou desencontros...
Elas confirmariam nossa humanidade: a grandiosidade das nossas caminhadas, mas também a nossa insignificância diante do todo. A nossa falibilidade em controlar o tempo, o destino, a vida.
Seguir por estas estradas, ruas e avenidas... nas idas e nas vindas... nos contam que somos fracos, que somos pobres, que somos miseráveis nas partidas. E que somos fortes, ricos, poderosos nas chegadas.
Hoje, faço o caminho da despedida.
Mas, como já nos disseram os filósofos, só há uma constante no universo: a mudança.
Então, vou aguardar, mais uma vez, a chegada. Tempo em que voltarei a ser forte, rica e poderosa. Feliz!"
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